Oito e meio*
Tudo começa com um carro, parado, e vários carros que o impedem; fumo e aflição. Depois, águas de umas termas, num ambiente arquétipo. Amores, traições. Dizem que não sabe fazer isto nem aquilo, e repetem-no. Presentes daqui e dali e umas adivinhações, futuras, obras faraónicas, futuro logo ali. Não vai fazendo sentido... Procuro o título, o lugar dele na trama que me vai aparecendo a preto e branco. Disso, não vai havendo nada... Aparece ainda um homem, idoso e raiva. Já não o queriam mais. Estava velho, pensava. Uma mulher, parecia a verdadeira, aparece da capital do império, reino do autor. Oito e meio, que será isto do 8 e meio que não descubro? Serão as semanas que demora o reatar do raciocínio, ou uma previsão do também agora clássico 7 semanas e meia? O que é isto de um oito, cujo oitavo é dividido em dois? (Aviso já, que não foi fácil; mas mesmo assim, lá reagi eu, e encetei a busca! A partir daqui, aviso já, o texto vai se tornar confuso. Se for para o largar, que seja agora, que depois já não será possível.)Então, aqui vamos nós.
A procura começa com o sabor da matina depois da noite mal dormida desejada pela comunidade, que me ofusca até a visão, e dificulta a clarividência. Oito semanas (e meia) de sucesso? Os pára lamas em vez dos 15 minutos evidenciados pelo artista da POP das ervilhas e enlatados? No filme, rejeitaram as ervilhas. Pediam-nas como salvação da febre, mas mandaram-nas embora, naquela reacção de que pelo menos fique qualquer coisa de importante.
As ervilhas são, ao que parece, a resposta fácil ao sucesso. Bolinhas verdes que vêm em latas retratadas em quadros, milagrosas para curar a febre. Por isso, digo eu, devem estar em quadros. São como janelas, quadradas, que expõem qualquer um lá retratado, acalmando a febre por um “pop” onomatopaico que relincha da lata ao abrir. Se juntar a este cocktail clínico, a pressão para uma nova obra, obterei a resposta; se não, estarei pelo menos no bom caminho.
As tais oito semanas, e meia com sorte, são as duas de hoje em dia, ou os 15** da pop. O tempo para aproveitar a satisfação de ter dito ou feito, tem a duração de um banho com boa pressão, mais coisa menos coisa. E daqueles poupados, que não é tempo para desperdícios gerais nem particulares, de apreciação. Não há tempo para isso, e por isso será hoje tão tentador e tão fácil, abrir a lata, rapidamente, zás, opa, já está! Piora, porque todos insistem para que abra a lata.
Não dura muito, mas também não custou assim tanto. De qualquer forma, paninhos de ontem, fresquinhos em água, já não chegam para matar a febre de hoje. Digamos que, qualquer coisa pouco sintética, é pouco moderna. O pano é de algodão, provavelmente de uma planta. Vem da terra, portanto, é no mínimo, demasiado fertilizado. Ainda por cima, demasiado sujo de matérias naturais, portanto, pouco asseado para por à venda em mercados e feiras. Talvez escondido, ainda terá alguma saída. Na parte de trás de algum camião que trafique também uns suspensórios de plástico, ou uns maços de tabaco, que hoje também começam a ser perseguidos
Uma ideia subsiste, o FF de ontem, não é o mesmo de hoje, pelo que ouvi dizer. O problema é que sempre tive pouca lata, sou um envergonhado por natureza. Por isso, planeio quedar-me por aqui, reparando nas papoilas, e deixando-as passar.
* 1963, de Frederico Fellini
** minutos
Thursday, March 01, 2007
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