Tuesday, May 30, 2006


A caixa



Como as baratas

Tac tac no seu desfilar
As fartas do calor que as move
Que desertas me vêm dar.
E os sons buscar
Toc toc, tac tac...
Praaaaaaaaac

Rijas no matraquear,
Movem-se sempre em processo presente
Para a frente, sem necessariamente direcção

O que interessa é que se movam, que deixem onde estão
Que Fujam. Vão!

Seria fácil rimar com a ilusão que me esborracha
Com a dívida, com a esmola, seria perfeito
Não rimar e dizer nada
Só falar sem prestar à quadra
A redenção que vejo, nos outros e pelos dias,
Quando falo do que não me entendem

Quando deixam o conforto não é por isso
É pelo des, que é como se supõe, a negação do estável
É o fugirem da fornalha que as corre, as despacha
O calor, fonte de novas vidas, agora estas
São de fugidas, da correria para longe

A eito! Que onde estamos já não nos conforma
E para onde vamos… não sei,
Teríamos que abrir a caixa; mas onde?
Descobrir seria demasiado suspeito
E ficando aqui, não há nada que me defronte



Miguel Pimentel Alves

1 comment:

Anonymous said...

Devias estar aqui rente aos meus lábios
para dividir contigo esta amargura
dos meus dias partidos um a um

- Eu vi a terra limpa no teu rosto,
Só no teu rosto e nunca em mais nenhum

Eugenio de Andrade