Wednesday, May 24, 2006












Cor de rosas




As vezes, acordo tarde, só para ir a tempo de te encontrar

Outras, estou cedo sem dormir, à tua espera
Que apareças, que veja e me espante na tua surpresa



Outras, fico sem saber por onde ir, e fico à tua procura


Paro e espero que passes
Sem mostrar esperança, mexo-me sem saída
Em busca, sem movimento e à espera
Que me atraias para o cadafalso
Da novidade, da loucura que imaginas
Que me leves sempre, rasgando o embalo
E me tragas em complemento com os dias
Renovado como era, jorrando em companhia
O atrito dos errantes

Contigo e sem mais semente,
Continuo a vê-los passar, leves, em movimento
A procura do perfeito que ainda não vi
Vão indo, descarregados, portentosos
Fortes como uma ilha de fósforos
E continuam, certos do que lhes disseram
Em busca do outro mar que lhes prometeram
Dignos de convicções desbragadas
Daquelas que só as verdadeiras poderiam ser

Espero que tragam o que procuram
E me ensinem o seu ofício

Fico a vê-los, de perto, sem nada que me esconda
Por entre os abetos, (que é onde se vê melhor)
A doçura e os afectos, a convicção da ternura
De quem partiu a censura de a abraçar tanto...
E racionou o pior, por vencido em instante
O soro da fartura e a réstia do pranto




Miguel Pimentel Alves

3 comments:

Anonymous said...

É verdade o senhor tem jeito para exprimir os sentimentos, para os tornar em palavras com sentido... Sim senhor tenho q te dar os Parabéns
Bjokas

Anonymous said...

Fazes da simplicidade das palavras uma amalgama de ideias que nao e facil, nao e dificil, e
Genial!Oh!Como te compreendo...

Anonymous said...

ai estas dramaturgias... :) bem perceptivel e original, tas no bom caminho para o sucesso cm escritor. keep up the good work ;)