Monday, May 15, 2006














O primeiro poema com a palavra orvalho



Sou perfeito, mas não nessa lupa
Pareço sempre bem, mas não nesse espelho

Baleias com bossa, passam amiúde
Sinto-as pelo vibrar, nos vidros, no soalho
Atordoando a paz do filho mais velho
Da surdez do espaço e da juventude
Do avô, do neto e do escaravelho,
Ressoando no cascalho húmido e desgastado
Partido em pedra no passado,
(E) esfregado hoje pelo enteado

Inundam o ar, como o orvalho, desnecessariamente em tempo quente

E de manhã quando interessa, sem mais para gastar

O tempo fresco, a calma e a pressa
Para mais um dia em que se esbarra,
Acordo agora, à Bessa, e que carago
Que passa mais uma vez o autocarro




Miguel Pimentel Alves

2 comments:

Anonymous said...

sera que o orvalho e magico? faz-nos aluar? e o poeta? percebe-se que vem mais orvalho carago!hoje cascalho...amanha areia e depois de amanha vidro e depois depois de amanha com orvalho sera espelho!ja tou tolo vou mas e dormir!!!e muita areia po meu autocarro!:)

Anonymous said...

Muito surrealista esse seu poema. Gostei muito. Keep walking!