Monday, November 27, 2006

Natal

É ofício do diário descrever o espectáculo, alegrias
Romaria, quem dera, mas não as tem visto, só manias
Estrias e sorrisos histéricos.
Ai! Quem as podias eras tu, mas não me apareces

-Também não mereces, dizes em sons que não se esquecem

Fazes outra falta, por que vás, por azulejos e talheres, guardanapos e mulheres, tachos, garrafas de humor que faltam tanto e que falta fazem .
Tão fresquinha esta aragem de agora, sequiosa, etérea, fundamental!
Tão novo é acordar numa casa sempre igual, com o tempo sempre igual, quentinho nos lençóis e fresquinho no caminho, mas sempre igual, um chão sempre igual, humor desleal, mas com fome sempre igual, riso descontínuo, mas luz sempre igual, pedras idênticas e um ramo para um pardal, que não é o mesmo, mas é sempre igual.
Morninho de natal, como cem velinhas, bolos de imperador, rei magno e pão que nunca deu dó e que com manteiga, ó lá ló, magia jovial. Frutos de pinhas, misturas e sopinhas, massinhas e azevinho, bolinhas. Luzinhas, verde e espinhas, cortinas docinhas.
Peças, as mesmas, mas nunca será igual. O ofício agora, é o de dentro e já não pára, de férias, no Natal




Luís Alves, 27-11-2006

1 comment:

Anonymous said...

É assim o natal, essa festa popularucha! Em vez de pensarem em na morte de Jesus, ui é o nascimento(!), andam a pensar no gordo das barbas que não tem vergonha de andar só com crianças ao colo e de sé a elas lhe dar presentes! Esta geração tá perdida...

Pedro