Wednesday, July 04, 2007

Perfeições em alho negro, sopas de Borrego ou sinos do desassossego


Devo!

em jeitos de mancebo
falar
dos caracóis do sossego
que passam a pente as ruas,
e fazem o que escrevo

olham o que levo.
se de traste ou emprego ando em dias de negro,
se pinto cores, colares e colheres do tinto que sinto.
se escorrego…
Do lar do servo, todos fitam a pensar,
eu não te estorvo, só te quero olhar,
mas ai que ainda te pego!

“Ou vem coisas” e irá o jacinto
o distinto, de gravatas e absinto
“Ou irão loisas” e virá o João,
de galos e colchas
em jeitos de alienação.
Se calhar seria a Maria, açude azedo, esse galeão
que nos levou sem medo, também diziam,
a fazer civilização

Mantêm-se aqui, “Hoje em dia”
na coisa de olhar e só olhar,
firmes como que em caixa e frios em exercitar
só a visão

Os limões e os verdes campos
inflamaram-se
as confissões do guardador
gastaram-se
as coisas do diletante…
passaram e as outras fugiram
e nem setenta soldados porque pernetas as acudiram
E as sinetas surdas disso, só se ouviram para pedir
por cá estar, Mil perdões
e deixá-los ir, sem convulsões

Estacionou uma rocha e nem uma tocha lhe faria mossa.
Quanto mais esses gozões!


Miguel Pimentel

3 comments:

Pedrovski said...

Sobram os oleados amarelos a caminho que não saiba
E as espadaúdas engraçadas pelo andar desengonçado
ou então os bucolicamente agarrados ao senhor paiva
pelo seu portugal sem rumo mas fado!

muito bom poema sim senhor!!

rei dolce said...

gostei da serenidade, e da simplicidade em que o teu alter-ego
paira...

Anonymous said...

Serspicaz,como pempre!
Kiss baby