O meu vizinho é um cavalo
Manhãs de nevoeiro
em triângulos alaranjados
que são os telhados
dos orvalhos
aí mantidos e fechados
nas obras e nos telhados, paredes amarelas
e coices esborrachados
Nem por cargos os deixariam, os telhados
assim ao abandono, de estranhos e amargos
O nevoeiro, frio que nem foices,
e o relinchar do vizinho bem pardo
Vivas! de não comer do fardo
desse não! do outro....
(desse também não, daquele, o vegetariano…)
do cavalo ao lado, que bem ouço
relinchar como quem se queixa
mas nunca vai a nenhum lado
Miguel Pimentel
Tuesday, July 31, 2007
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1 comment:
O segundo poema com a palavra orvalho. Genial. Surreal.Como alguem um dia me disse. Gosto de gostares do teu vizinho. O cavalo.
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