Thursday, January 03, 2008

EMK

Não prometo cães bonitos, nem apitos
também bonitos. Não prometo terras nem coisas que não possa cultivar
Não prometo guizos; de enfeitar, nem doses de amarrar
Não prometo cores efervescentes, nem torpores resistentes
Não prometo ar. Prometo Terra e prometo tentar
Prometo não querer prometer e não prometo gostar
Prometo árvores, pelo menos as que vir. E lagos. E aves
que não prometo gostar. E passeios, os que passear
Prometo palha e prometo relva. Também prometo mãos juntas
desde que as possa juntar. E coisas folhadas
se forem em bolos, porque não prometo singrar
Fundos, facas e gasganetes, também os prometo às vezes
E das coisas que gostar, também as prometo lembrar
E indecisões. Prometo indecisões!
Não prometo é coisas de pasmar, de deslumbrar ou apresentar
Essas, não são de prometer. São raras bitolas
e sempre
As que o censor escolher


Miguel Pimentel

2 comments:

Anonymous said...

Podes,ainda que sem guizos nem doses de amarrar, prometer amar...


http://www.youtube.com/watch?v=DIdXRbTanwU

Pedrovski said...

Os que prometem, não raro, estão nos programas da Júlia ou coisas que tais. Mesmo aqueles que prometem que nunca irão lá estar.
Muito bom. Mesmo! De pés assentes na terra. Embora essa dose comprometimento assuste os que prometem ler o que te der na gana de escrever por aqui.