A beringela* – um exemplo
Todos se amam ou odeiam por uma razão parecida: O desconhecimento.
Um bom exemplo será a beringela. Rosada e roxa por fora, aparenta ser um fruto da família das cerejas ou morangos. Apetitosa, sumarenta, o sonho em forma de fruto.
Cortamo-la. Reparamos que afinal não é um fruto, é um vegetal. Macabro.” Não era bem disto que estava à espera..."Adensa-se o arrependimento. Vamos tentando e pomo-la na frigideira. Ficamos a vê-la sugar milhões de litros de lubrificante oleoso para uso culinário. Aí a situação piora, e fica-se a pensar no belo amigo telefone, que permite que uma sofrível motocicleta, entregue medianos pratos já preparados ao domicílio. “Não é fruto e ainda por cima gastador?” Parecia-me tão saudável a ideia, tão limpa e cívica, fresquinha e nutritiva! Eu tinha razão, não se deve confiar nos vegetais, só trazem problemas…
No entanto, aparece a ajuda, que usando de dotes, digamos, mais científicos e mais compostos que os que o normal especialista “fritador de omoletas de senso-comum" normalmente possui, e aliando a ajuda de umas especiarias, uns congéneres e o calor de um bom forno, salva a situação. Passamos a gostar dela ou delas das beringelas, e degustamo-nos. Enormemente… Parecia-me tudo tão perdido, e agora vou já no segundo guardanapo, tantos como os talheres que me ajudam a manter as mãos limpas, e o copo, que por mais que tente, além de vazio, me vai aparecendo sujo.
Apreciamo-la por dentro e passamos a conhecê-la, para lá, algo para lá do implacável olhar. Aquela boquita que mandamos quando vemos ao longe o risível, está agora cheia e satisfeita. Gostosa de sabores, aromatizada e outra vez fresquinha.”É melhor apreciada em grupo!” “ E bem regada!” – diz outro, apercebendo-se das especiarias impostas. Parece, não parece e depois enlouquece. Diria alguém de ares que não muito normais, pretensiosamente de uma terra que rima com ais: " Mas como é que eu pude deixar de experimentar disto (a beringela) até "hôje"? Isto é fantástico, darling" (também pode ser substituído por mon chére ou equivalente em dialecto alemão. No fundo em qualquer língua que permita prolongar as palavras, até estas se tornarem tão altas e longas, a um ponto que mais ninguém se consiga sequer ajoelhar em tamanho altar)
Por isso acho que vou passar a dizer coisas diferentes e mudadas quando for para me santificar. A sociologia estava certa: - Não estereotipes meu filho… conhece primeiro, e critica depois. E eu, revoltado, dizia: Mas eu sou quê? Deus das coisas do dia-a-dia, com toda sua benevolência intangível? Não posso dizer mal do que me apetece?
Pois. Parece que posso, mas nem tanto. Descobri, por isso; que sou deus, mas nem tanto...
Posto isto, acho que já posso voltar ao wc, e desfazer o resto da barba, que agora reparo, são apenas pêlos...
*Eu disse que era só um exemplo, não esquecer.personagens fictionais
Todos se amam ou odeiam por uma razão parecida: O desconhecimento.
Um bom exemplo será a beringela. Rosada e roxa por fora, aparenta ser um fruto da família das cerejas ou morangos. Apetitosa, sumarenta, o sonho em forma de fruto.
Cortamo-la. Reparamos que afinal não é um fruto, é um vegetal. Macabro.” Não era bem disto que estava à espera..."Adensa-se o arrependimento. Vamos tentando e pomo-la na frigideira. Ficamos a vê-la sugar milhões de litros de lubrificante oleoso para uso culinário. Aí a situação piora, e fica-se a pensar no belo amigo telefone, que permite que uma sofrível motocicleta, entregue medianos pratos já preparados ao domicílio. “Não é fruto e ainda por cima gastador?” Parecia-me tão saudável a ideia, tão limpa e cívica, fresquinha e nutritiva! Eu tinha razão, não se deve confiar nos vegetais, só trazem problemas…
No entanto, aparece a ajuda, que usando de dotes, digamos, mais científicos e mais compostos que os que o normal especialista “fritador de omoletas de senso-comum" normalmente possui, e aliando a ajuda de umas especiarias, uns congéneres e o calor de um bom forno, salva a situação. Passamos a gostar dela ou delas das beringelas, e degustamo-nos. Enormemente… Parecia-me tudo tão perdido, e agora vou já no segundo guardanapo, tantos como os talheres que me ajudam a manter as mãos limpas, e o copo, que por mais que tente, além de vazio, me vai aparecendo sujo.
Apreciamo-la por dentro e passamos a conhecê-la, para lá, algo para lá do implacável olhar. Aquela boquita que mandamos quando vemos ao longe o risível, está agora cheia e satisfeita. Gostosa de sabores, aromatizada e outra vez fresquinha.”É melhor apreciada em grupo!” “ E bem regada!” – diz outro, apercebendo-se das especiarias impostas. Parece, não parece e depois enlouquece. Diria alguém de ares que não muito normais, pretensiosamente de uma terra que rima com ais: " Mas como é que eu pude deixar de experimentar disto (a beringela) até "hôje"? Isto é fantástico, darling" (também pode ser substituído por mon chére ou equivalente em dialecto alemão. No fundo em qualquer língua que permita prolongar as palavras, até estas se tornarem tão altas e longas, a um ponto que mais ninguém se consiga sequer ajoelhar em tamanho altar)
Por isso acho que vou passar a dizer coisas diferentes e mudadas quando for para me santificar. A sociologia estava certa: - Não estereotipes meu filho… conhece primeiro, e critica depois. E eu, revoltado, dizia: Mas eu sou quê? Deus das coisas do dia-a-dia, com toda sua benevolência intangível? Não posso dizer mal do que me apetece?
Pois. Parece que posso, mas nem tanto. Descobri, por isso; que sou deus, mas nem tanto...
Posto isto, acho que já posso voltar ao wc, e desfazer o resto da barba, que agora reparo, são apenas pêlos...
*Eu disse que era só um exemplo, não esquecer.personagens fictionais
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2 comments:
LOLOLOLOL
Atrasado!!!!!
Parece que estive nessa estória. Mas pensando melhor.... Não!
Beijinho
[Em rodelas finas ao sobrolho expectante. Tinto e requeijão. Magnifique!]
Sugere um dia farto. E subentende-se no acutilante encadeamento, um estranho fio [condutor].
Cosias legendas?
Ou alinhavas postais vividos?
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