Alter eu


Manequim ao alto
Sôfrego, esguio
Por baixo, uma história e bem conhecida:
Um coxo, um diligente, um poeta e um diletante
A olhar, de soslaio, um cumpridor e um estudante

Uns óculos, ainda de alguém, tentando chegar à estante
Uma dúvida, a fúria, o desdém. Continua-se, porém.
Tropeçam na via uns coxos, no poder ir mais além
Uns outros, por saber e desdém, uns todos, todos de toldos
Tolhidos e feridos os amanhãs de alguém;
Escrevo coisinhas, fracas historinhas, coisas fraquinhas,que faço por alguém,
nem sei
se consigo mesmo, com justiça e premissa
dizer o que me detém
Escrevo azul e amarelo, rosa e preto em grafismos a desdém
Escrevo com cores soando, e pontos em armazém
Branco
Disparo e enquadro, chuto o que falo
Engasgo-me e esmoreço, penso em fala-lo, tropeço num talo
Vou de longe, e sem mapa, e continuo a longa traça
De contar história ou chalaça, de sorte ou por farsa
e nessas, que vou fazendo por graça...
acho que não falta ninguém!